MINHA CRENÇA

Creio que a Bíblia é a palavra inspirada de Deus e a autoridade máxima, revelando que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Creio que o Homem é criado à imagem de Deus, para uma vida eterna através de Cristo. Embora todos os homens tenham pecado e careçam da glória de Deus, estando totalmente perdidos sem Cristo, Deus faz a salvação possível através da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Creio que arrependimento, fé, amor e obediência são respostas necessárias e adequadas à graça de Deus estendida a nós, e que Deus deseja que todos os homens sejam salvos e venham a ter conhecimento da Verdade. Creio que o poder do Espírito Santo é demonstrado em nós e através de nós para o cumprimento do último mandamento de Cristo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15).

Curso de Teologia

Gênesis capítulo 1, versículo 3


Ao ler Gênesis, capítulo 1, do versículo 3 em diante, você verá que ele está dividido em seis “dias” criativos.

Há quem diga que estes eram dias literais de 24 horas, significando que o Universo inteiro e a vida na Terra foram criados em menos de uma semana! Mas é fácil descobrir que a Bíblia não ensina isso. O livro de Gênesis foi escrito em hebraico.

Nesse idioma, “dia” refere-se a um espaço de tempo. Pode ser um período longo, bem como um dia de 24 horas. Mesmo em Gênesis, os seis “dias” são englobados num só período longo — ‘o dia em que Jeová fez a terra e o céu’. ( Gênesis 2:4 Estas são as origens dos céus e da terra, quando foram criados; no dia em que o Senhor Deus fez a terra e os céus; note 2 Pedro 3:8. Mas, amados, não ignoreis uma coisa, que um dia para o Senhor é como mil anos, e mil anos como um dia.) Na verdade, a Bíblia revela que os “dias” (ou eras) criativos representam milhares de anos.

Mas tem mais um detalhe, como fez-se a luz se o Sol ainda não existia? Como Deus criou a luz antes dos luzeiros ou luminares, isto é, antes de criar os astros, estrelas e planetas? Não são eles os geradores e refletores da própria luz? Como a luz foi criada no primeiro dia (Gênesis 1:3-5) e os luminares somente no quarto dia (Gênesis 1:14-19)?

Bom, quero considerar uma forma científica, Nascido em Edimburgo, na Escócia, em 1831, James Clerk Maxwell investiu em saber como a eletricidade gera magnetismo e vice-versa. Munido de baterias, ímãs e fios de cobre, Maxwell pôs-se a pesquisar.

Ao final da primeira fase de sua pesquisa, ele registrou o comportamento da eletricidade e do magnetismo na matéria de forma matemática, por meio do que conhecemos como As Quatro Equações de Maxwell.

Maxwell então fez a si mesmo uma pergunta estranha: “Como suas equações seriam formuladas no espaço vazio, no vácuo, num lugar onde não houvesse cargas elétricas, nem correntes elétricas?” Ele adaptou suas equações, reconsiderando alguns valores para os campos elétrico e magnético e outras variações do espaço tridimensional1, mas manteve (intuitivamente) a simetria entre esses campos. “Mesmo no vácuo”, comentou o astrônomo Carl Sagan2, “na ausência total de eletricidade, ou até de matéria, um campo magnético variável, segundo a proposição de Maxwell, provoca um campo elétrico, e vice-versa”. Provavelmente esse campo magnético é próprio do Universo.

Em suma, as quatro equações de Maxwell no vácuo afirmam:

1 – não há cargas elétricas no vácuo;

2 – não há unipolares magnéticos no vácuo;

3 – um campo magnético variável gera um campo elétrico; e

4 – vice-versa, um campo elétrico variável gera um campo magnético.

Assim, testando suas equações em laboratório, Maxwell observou que os campos elétrico e magnético no vácuo se propagavam, espantosamente, com a mesma velocidade que já fora medida para a luz!3 Constatou-se, então, que a eletricidade e o magnetismo estavam implicados de forma profunda na natureza da luz.

Em outras palavras, a presença de magnetismo no Universo gerava uma corrente elétrica, e vice-versa, e essa era a natureza da luz.

Curiosamente, isso, de certa forma, independe do sol que conhecemos ou das estrelas. Há uma infinidade de outros corpos celestes que podem ser os agentes produtores desses campos magnéticos e elétricos. Mas, Maxwell ainda disse que o vácuo “podia ser eletricamente polarizado”, isto é, possuir seus próprios campos eletromagnéticos, independente da matéria.

Maxwell sentiu-se obrigado a oferecer uma espécie de “modelo mecânico” para a propagação de uma onda eletromagnética (luz) através do vácuo perfeito. Assim, ele imaginou o espaço preenchido com uma substância misteriosa a que deu o nome de éter, que sustentava e continha os campos magnético e elétrico variando no tempo – algo semelhante a uma gelatina vibrante, mas invisível, que permeava o universo. O estremecimento do éter era a razão para a luz viajar através dele – assim como as ondas da água se propagam através da própria água e as ondas de som através do ar. Essa substância tinha de ser muitíssimo fina, “fantasmagórica”, quase incorpórea, para não alterar o curso dos planetas e estrelas, mas bastante rígida para sustentar todas essas ondas que se propagavam a uma velocidade prodigiosa: a velocidade da luz.

Assim, Maxwell descrevia o modo pelo qual a luz era difusa no vácuo e respondia cientificamente à pergunta que muitos de nós sempre fizemos.

Em resumo, temos:

1 – mesmo no vácuo, na ausência total de eletricidade, ou até de matéria, um campo magnético variável provoca um campo elétrico, e vice-versa;

2 – testando essas equações em laboratório, Maxwell observou que os campos elétrico e magnético no vácuo se propagavam, espantosamente, com a mesma velocidade que já fora medida para a luz;

3 – a presença de magnetismo no Universo gerava uma corrente elétrica, e vice-versa, e essa era a natureza da luz;

4 – Maxwell também considerou o espaço preenchido com uma substância misteriosa a que deu o nome de éter, responsável pela difusão da luz através do cosmo.

Albert Einstein comentou sobre a experiência de Maxwell: “A poucos homens no mundo tem sido concedida [por Deus] uma experiência dessas”.

Assim, é perfeitamente possível que a luz já existisse quando os luzeiros foram criados por Deus no quarto dia, o que não permite a conclusão de que a passagem apresenta uma contradição no relato feito pelo autor do Gênesis.

Mas ainda pode ser levantada a seguinte questão: a explicação de Maxwell exclui a criação divina do relato? A resposta é não. Não é preciso separar Deus da explicação proposta por Maxwell, pois se trata de questões distintas. A criação ex nihilo (do nada Deus faz tudo) não é excluída neste caso porque a questão levantada é qual a natureza da luz. A natureza de um evento físico é explicada por propostas dadas pela Física. Deus não pode ser explicado por eventos físicos; podemos observar evidências de Sua existência, mas não prová-la por esses meios.

Mas se considerarmos que a luz tem natureza espiritual devemos deixar de lado os experimentos de Maxwell e centrarmos em uma interpretação espiritual dos eventos da Criação, no caso a natureza da luz. Assim, para concluir, gostaria de instigá-lo um pouco.

Considere o seguinte: Deus é onipresente, está em todos os lugares, em todos os tempos, de eternidade em eternidade. João escreveu que Deus é luz (do grego foos): “Deus é luz, e não há nele trevas nenhuma” (1Jo 1.5).

Não seria o caso de uma interpretação não científica, mas espiritualizada do texto bíblico? Ora, a Bíblia foi inspirada pelo próprio Deus, e não seria errado considerar muitas de suas passagens de forma espiritual.

Quando disse “Haja luz”, Deus não estaria manifestando a Si mesmo no cosmo? A manifestação de Sua presença nas trevas (já que Deus é luz) não estaria marcando o início da criação feita por Ele mesmo? Ou a presença do Seu Espírito foi tão marcante e poderosa que até mesmo chegou a afetar o mundo físico produzindo campos eletromagnéticos, ou campos de luz? Vamos pedir luz a Ele para responder a isso, certo?

VALE TUDO PARA PREGAR A CRISTO?

 




VALE TUDO PARA PREGAR A CRISTO?

Um amigo no Twitter me perguntou faz um tempo se Filipenses 1:18 não justificaria o evangelho gospel e o show gospel. E mais recentemente vejo pessoas usando o mesmo texto para justificar a construção do "templo de Salomão" pela Universal.

Para quem não lembra, Paulo diz o seguinte em Filipenses 1:15-18:

“Alguns, efetivamente, proclamam a Cristo por inveja e porfia; outros, porém, o fazem de boa vontade; estes, por amor, sabendo que estou incumbido da defesa do evangelho; aqueles, contudo, pregam a Cristo, por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias. Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei” (Fp 1:15-18).

A interpretação popular desta passagem, especialmente desta frase de Paulo no verso 18, “Todavia, que importa? Uma vez que Cristo, de qualquer modo, está sendo pregado, quer por pretexto, quer por verdade, também com isto me regozijo, sim, sempre me regozijarei” – é que para o apóstolo o importante era que o Evangelho fosse pregado, não importando o motivo e nem o método. A conclusão, portanto, é que podemos e devemos usar de todos os recursos, métodos, meios, estratégias, pessoas – não importando a motivação delas – para pregarmos a Jesus Cristo. E que, em decorrência, não podemos criticar, condenar ou julgar ninguém que esteja falando de Cristo e muito menos suas intenções e metodologia. Vale tudo.

Então, tá. Mas, peraí... em que circunstâncias Paulo disse estas palavras? Ele estava preso em Roma quando escreveu esta carta aos filipenses. Ele estava sendo acusado pelos judeus de ser um rebelde, um pervertedor da ordem pública, que proclamava outro imperador além de César.

Quando os judeus que acusavam Paulo eram convocados diante das autoridades romanas para explicar estas acusações que traziam contra ele, eles diziam alguma coisa parecida com isto: “Senhor juiz, este homem Paulo vem espalhando por todo lugar que este Jesus de Nazaré é o Filho de Deus, que nasceu de uma virgem, que morreu pelos nossos pecados e ressuscitou ao terceiro dia, e que está assentado a direita de Deus, tendo se tornado Senhor de tudo e de todos. Diz também que este Senhor perdoa e salva todos aqueles que creem nele, sem as obras da lei. Senhor juiz, isto é um ataque direto ao imperador, pois somente César é Senhor. Este homem é digno de morte!”

Ao fazer estas acusações, os judeus, nas próprias palavras de Paulo, “proclamavam a Cristo por inveja e porfia... por discórdia, insinceramente, julgando suscitar tribulação às minhas cadeias” (verso 17).

Ou seja, Paulo está se regozijando porque os seus acusadores, ao final, no propósito de matá-lo, terminavam anunciando o Evangelho de Cristo aos magistrados e autoridades romanos.

Disto aqui vai uma looooonga distância em tentar usar esta passagem para justificar que cristãos, num país onde são livres para pregar, usem de meios mundanos, escusos, de alianças com ímpios e de estratégias no mínimo polêmicas para anunciar a Cristo. Tenho certeza que Paulo jamais se regozijaria com “cristãos” anunciando o Evangelho por motivos escusos, em busca de poder, popularidade e dinheiro, pois ele mesmo disse:

“Porque nós não estamos, como tantos outros, mercadejando a palavra de Deus; antes, em Cristo é que falamos na presença de Deus, com sinceridade e da parte do próprio Deus” (2Co 2:17).

“Pelo que, tendo este ministério, segundo a misericórdia que nos foi feita, não desfalecemos; pelo contrário, rejeitamos as coisas que, por vergonhosas, se ocultam, não andando com astúcia, nem adulterando a palavra de Deus; antes, nos recomendamos à consciência de todo homem, na presença de Deus, pela manifestação da verdade” (2Co 4:1-2).

“Ora, o intuito da presente admoestação visa ao amor que procede de coração puro, e de consciência boa, e de fé sem hipocrisia. Desviando-se algumas pessoas destas coisas, perderam-se em loquacidade frívola, pretendendo passar por mestres da lei, não compreendendo, todavia, nem o que dizem, nem os assuntos sobre os quais fazem ousadas asseverações” (1Ti 1:5-7).

“Se alguém ensina outra doutrina e não concorda com as sãs palavras de nosso Senhor Jesus Cristo e com o ensino segundo a piedade, é enfatuado, nada entende, mas tem mania por questões e contendas de palavras, de que nascem inveja, provocação, difamações, suspeitas malignas, altercações sem fim, por homens cuja mente é pervertida e privados da verdade, supondo que a piedade é fonte de lucro” (1Ti 6:3-5).

“Eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o testemunho de Deus, não o fiz com ostentação de linguagem ou de sabedoria. Porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo e este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consistiram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonstração do Espírito e de poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana, e sim no poder de Deus” (1Co 2:1-5).

Portanto, usar Filipenses 1:18 para justificar esta banalização pública do Evangelho é usar texto fora do contexto como pretexto.


Desde que a internet se popularizou no Brasil, a relação evangélicos e ambiente web sempre foi algo interessante de ser observada, começando pelos “power points” enviados via e-mail, passando pela leitura de análises de CDs no Supergospel até chegar nos recados coloridos e as discussões e paqueras nas comunidades no Orkut. Em todos esses ambientes o comportamento dos crentes nunca foi muito diferente do que se via lá fora, no ambiente off-line.

No entanto, foi a partir de 2011 com a ascensão do Facebook no país que esse quadro começou a mudar. Com a vantagem da ampliação do poder comunicativo, uma vez que mais pessoas leem as publicações, veio a desvantagem de mais pessoas falando o que bem entendem, sem amor, ética e qualquer compromisso com a verdade. Infelizmente, esse comportamento totalmente desprovido de virtudes morais e espirituais atingiu de maneira veemente os cristãos da rede.


Hoje em dia, basta acessar o Facebook para ver na timeline ou em grupos de discussões uma infinidade de debates acerca de controversas teológicas. O problema é que quase sempre nesses debates uma parte dos internautas acaba saindo extremamente satisfeita, com sentimento de dever cumprido e vitorioso (inclusive aplaudido pela plateia teológica), enquanto a outra parte sai profundamente triste e machucada. Dentre os grupos que já visualizei nesses debates estão os:


Reformados > Aqui não falo a respeito daqueles reformados sérios, que acima de Calvino e Lutero amam a Cristo e este crucificado. Refiro-me aqui aos “neo-reformados”, que da chatice à arrogância podem ser comparados aos “neo-ateus”, onde tudo que sabem é ridicularizar e humilhar os irmãos que tem pouco ou nenhum conhecimento básico acerca da reforma e da história da igreja. Jamais incentivam o estudo, somente repelem os irmãos com menor conhecimento;


Esperandetes > São aqueles adeptos de movimentos do tipo “Eu Escolhi Esperar” e afins. É óbvio que não dá pra generalizar, mas alguns desses crentes gostam de discutir e tentam provar que os que não fizeram semelhante escolha estão errados e em pecado. Depositam nas costas dos que “não escolheram” um pesado fardo de culpa e medo. Orgulham-se de sua “santidade” ao seguir uma “regra” que nem mesmo se encontra na Bíblia;


Anti-igreja > Esses gostam de chamar de burros todos os crentes que ainda se envolvem e empenham seus esforços em comunidades locais. Leem a bíblia procurando versículos e brechas que justifiquem seu ódio às comunidades;


Anti-religião > Os crentes “anti-religião” gostam de bater nos crentes que levam a sério os ritos e dogmas eclesiásticos. No entanto, se orgulham tanto de serem anti-religião que nem ao menos conseguem perceber que são religiosos ao contrário e fizeram da sua não religião uma religião que seguem com o mesmo empenho dos religiosos tradicionais;


Senso-comum > São aqueles que seguem a maré da última moda evangélica. Acreditam piamente em métodos e que os movimentos e rumos que a igreja (sim, com i minúsculo) tomam são orquestrados pelas mãos de Deus. Nunca se dão ao trabalho de meditar, refletir, discernir ou investigar nada, apenas refutam opiniões com argumentos vazios e superficiais do tipo “não julgue”, “você tem que ter intimidade com Deus”, “tá faltando oração” e etc.

Fico a pensar quando foi que passamos a ser tão arrogantes e presunçosos a este ponto. Esse comportamento gera duas consequências: orgulho espiritual e irrelevância social. Orgulho espiritual pois essas pessoas passam a se achar melhor do que as outras que não pensam como elas, e ficam apenas apontando o dedo e julgando comportamentos e cosmovisões. Irrelevância social pois quando reduzimos nossa fé a debates dentro das paredes do mundinho evangélico, a Igreja acaba sendo suprimida por questões irrelevantes. Foi por isso que Paulo orientou Timóteo a se afastar das conversas inúteis, pois os que fazem isso pegaram o caminho ruma a impiedade (2 Timóteo 2:16). Isso porque, não importa quanta gente você convenceu da sua teologia, mas o quanto você viveu pregando o evangelho e amando pessoas.

Diante disso, o que nos resta? Nada mais do que levantar acima de tudo a bandeira do evangelho salvador de Jesus Cristo. Insisto, precisamos urgentemente abaixar as bandeiras teológicas e levantar a bandeira do evangelho de Cristo e do amor ao próximo. Retornar às escrituras e as bases mais fundamentais da nossa fé é preciso: o amor a Deus, o amor ao próximo e a pregação do evangelho (Marcos 12: 29 a 31 e 16:15). Fazendo isso no mundo real e virtual, estaremos nos despojando do orgulho espiritual e tomando a trilha da relevância social plena, que no fundo, é o que Jesus idealizou para sua Igreja.