MINHA CRENÇA

Creio que a Bíblia é a palavra inspirada de Deus e a autoridade máxima, revelando que Jesus Cristo é o Filho de Deus. Creio que o Homem é criado à imagem de Deus, para uma vida eterna através de Cristo. Embora todos os homens tenham pecado e careçam da glória de Deus, estando totalmente perdidos sem Cristo, Deus faz a salvação possível através da morte e ressurreição de Jesus Cristo. Creio que arrependimento, fé, amor e obediência são respostas necessárias e adequadas à graça de Deus estendida a nós, e que Deus deseja que todos os homens sejam salvos e venham a ter conhecimento da Verdade. Creio que o poder do Espírito Santo é demonstrado em nós e através de nós para o cumprimento do último mandamento de Cristo: “Ide por todo o mundo e pregai o Evangelho a toda criatura” (Marcos 16.15).

Curso de Teologia

Será que vc conhece Deus como deveria?



Trecho do livro Cristianismo puro e simples – C. S. Lewis. Livro IV, 1: “Fazer e Gerar”, pág. 87


De certo modo, entendo muito bem por que algumas pessoas não querem saber de teologia. Lembro-me de uma vez, quando fazia uma palestra na Força Aérea, que um velho e experiente oficial levantou-se e disse: “Não sei para que serve todo esse palavreado. Mas saiba que também sou um homem religioso. Sei que existe um Deus. Eu o senti quando estava sozinho, no deserto, à noite. Senti o grande mistério. E essa é a razão por que não acredito em todos esses seus pequenos dogmas e fórmulas sobre Deus. Para quem se encontrou com o ser verdadeiro, tais coisas parecem tão mesquinhas, pedantes e irreais!”
Ora, num certo sentido concordo inteiramente com essa pessoa. Creio que provavelmente ele tenha tido uma experiência real com Deus no deserto. E ao se voltar dessa experiência para as crenças cristãs, penso que ele se voltava de algo real para algo menos real. Assim, também, quem estiver na praia, olhando para o oceano Atlântico, e depois ir em busca de um mapa do Atlântico, também estará se voltando de algo real para algo menos real: das ondas do mar para um pedaço de papel colorido. Mas aí é que está. O mapa é reconhecidamente só papel colorido, mas há duas coisas que devemos lembrar a esse respeito. Em primeiro lugar, ele baseia-se no que centenas e milhares de pessoas descobriram navegando o Atlântico de verdade. Neste sentido, possui atrás de si milhares de experiências tão reais como a da praia; apenas que, enquanto a da praia é apenas uma visão rápida, individual e isolada, o mapa reúne todas aquelas experiências. Em segundo lugar, para quem quer ir a alguma parte, o mapa é totalmente necessário. Para quem esteja interessado em apenas dar passeios na praia, a visão de todo o cenário, com os próprios olhos, é muito mais agradável do que ver um mapa. Mas este será de muito maior valia do que os passeios na praia para quem queira ir a outro continente.
A Teologia é como o mapa. Só estudar e refletir sobre as doutrinas cristãs, e ficar nisso, é menos real e menos emocionante do que o que aconteceu com o meu amigo no deserto. As doutrinas não são Deus; são apenas uma espécie de mapa. Mas esse mapa baseia-se na experiência de um grande número de pessoas que estavam realmente em contato com Deus; experiências que, comparadas com quaisquer emoções ou sentimentos devotos que nós mesmos possamos ter, tornam tais emoções e sentimentos muito elementares e até mesmo confusos. Em segundo lugar, quem deseja ir mais longe, precisa fazer uso do mapa. Como se vê, o que aconteceu àquele homem no deserto pode ter sido real e, sem dúvida, empolgante; mas, e daí? Essa experiência não o levou a nada. Esta é a razão pela qual uma vaga religião, esse negócio de sentir Deus na natureza, e assim por diante, é tão atrativa. É só emoção, sem nenhuma ação; é como olhar as ondas, na praia. Mas não chegaremos a outro continente estudando o oceano Atlântico dessa forma, assim como não obteremos a vida eterna se ficarmos simplesmente sentindo a presença de Deus nas flores ou na música. Nem iremos a parte alguma só olhando nos mapas, sem irmos para o mar. Tampouco estaremos muito a salvo se entrarmos no mar sem um mapa.

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